terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Sociologia – Texto1- Introdução à Sociologia





Sociologia é a ciência que estuda a sociedade, ou mais especificadamente, é o conhecimento científico dos fenômenos sociológicos que ocorrem dentro da sociedade. Portanto, o objeto de estudo da sociologia é a sociedade.

O que é fazer parte de uma sociedade? Fazer parte de uma sociedade é estar inserido em um grupo em que existam regras e leis que regem seus indivíduos para o bem viver, para a harmonia e a felicidade mútua.

Aristóteles (384-322 a.C.), disse que o homem é um Zóon Politikón, ou seja, um animal político que vive naturalmente em sociedade. Na concepção do estagirita, o homem nasce para viver em sociedade sendo, portanto, essencialmente um ser social.

O homem não sabe viver sozinho, isolado. Desde que nasce, automaticamente se insere na sociedade. Aristóteles escreve em algures, que “o homem é um ser social. O ser capaz de viver isoladamente ou é um deus ou é um bicho, mas não um ser humano”.

  Dizemos que ao nascer assinamos um contrato social, ou seja, que aceitamos viver em sociedade, com suas regras, normas de conduta, costumes e sistema moral, em suma, aceitamos (mesmo sem nos posicionarmos) as normas de nossa cultura.

Nesta perspectiva, a primeira forma conhecida de sociedade é a família. Durkheim chega mesmo a afirmar que a família é uma micro-sociedade, uma vez que tens suas regras internas e sua própria organização. Dessa forma, o convívio familiar se apresenta como sendo a primeira experiência social do individuo, que gradativamente vai aumentando, conforme seu próprio desenvolvimento. Isto quer dizer que à medida que vivemos aumentamos nossa dimensão social. O que nos permite afirmar, que a sociedade só existe por causa do homem.



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Quando observamos a natureza, podemos perceber outros tipos de sociedades; algumas muito mais harmoniosas do que as humanas. Podemos citar o exemplo das colônias de abelhas ou formigas, que mantém uma sociedade que trabalham em vista do coletivo, como um único organismo, em intensa harmonia.

A diferença entre essas sociedades e a nossa sociedade (humana) está inteiramente entre seus indivíduos. O comportamento de grande parte dos animais é basicamente determinado por reflexos e instintos vinculados à estrutura biológica hereditária. Isso faz com que o comportamento do inseto, seja praticamente igual ao de sua espécie, hoje e sempre. Comprova-se isso observando, por exemplo, a atividade das abelhas na colméia ou das aranhas tecendo as teias.

Dependendo do animal, podemos encontrar atos inteligentes e uma capacidade elementar de raciocínio. É o caso, por exemplo, de chimpanzé e gorilas. Entretanto, há grande abismo entre o comportamento dos animais e dos seres humanos. Mesmo o chimpanzé mais evoluído apresenta apenas rudimentos do raciocínio que permitiria a construção da linguagem simbólica e de tudo que dela resulta: aprender, reelaborar o conteúdo aprendido e fazer surgir o novo (inventar).

A vida de cada animal é, em grande medida, uma repetição do padrão básico vivido pela sua espécie. Só o ser humano, individualmente, é capaz de romper com o passado, questionar o presente e criar a novidade futura. Ele não nasce pronto, no sentido integral e determinado, pelas “mãos da natureza”. Sua vida depende do parto de si mesmo, num processo de “nascer sem parar”. Nesse sentido, o comportamento humano é fundamentalmente diferente dos animais. Graças ao desenvolvimento do seu psiquismo, da sua razão, o homem tornou-se, simultaneamente, um ser biológico e cultural. Nele, no homem, ocorre uma síntese, isto é, uma integração de características hereditárias e adquiridas, aspectos individuais e sociais, elementos do estado de natureza e de cultura.

Por essa razão o homem como ser humano é contraditório, ambíguo, instável e dinâmico, o que faz com não esteja sempre em harmonia na sua sociedade à exemplo das abelhas e formigas.

O homem é um produto da natureza e da cultura que ele mesmo cria. É criatura e criador do mundo em que vive, da sociedade a que pertence. Um ser capaz de, em muitos aspectos, criar coisas extraordinárias, mas também de destruir de modo devastador. Capaz de acumular um saber imenso e, no entanto, permanecer angustiado por dúvidas profundas que os fazem sempre propor novas perguntas e novos problemas a si próprio.

Mediante a cultura, o ser humano criou para si um “mundo novo”, diferente do cenário natural originalmente encontrado. Em outras palavras, dentro da biosfera (a parte do planeta que reúne condições para o desenvolvimento da vida), os seres humanos foram construindo a antroposfera (a parte do mundo que resulta do ajustamento da natureza às necessidades humanas).

Essa antroposfera, criada pelas diferentes culturas, é a morada do ser humano no mundo. Ela constitui o cosmo humano, um espaço construído pelos conhecimentos e realizações desenvolvidos e compartilhado pelos diferentes grupos sociais.  





NATUREZA E CULTURA



Quando nos referimos a Natureza e a Cultura, surgi naturalmente uma dupla questão: Onde acaba a natureza e começa a cultura?

A opinião sobre essa questão é praticamente unânime entre os antropólogos. A cultura inicia com a construção dos instrumentos de trabalho, no entanto, uma corrente mais ortodoxa do pensamento sociológico, afirma que o homem deixa de ser um Ser Natural passando a ser um Ser Cultural, com criação de uma linguagem simbólica. De qualquer forma, a sociedade se constitui através da cultura.





Bibliografia consultada:

- fundamentos da filosofia – Gilberto Cotrin.



Dicas de Leitura:


- O que é Sociologia – Carlos B. Martins
- Antropologia para quem não vai ser antropólogo – Rafael José dos Santos

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