quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Filosofia – Texto 8 – Ética Aristotélica



Para Sócrates e Platão, a virtude não poderia ser ensinada, mas sim despertada no homem pelo conhecimento.

Dessa forma, no pensamento socrático-platônico, para agir bem deveria se conhecer o bem. O simples fato de conhecer racionalmente o que era certo era garantia mais do que suficiente para se agir corretamente. Nesse sentido, a teoria do conhecimento estava diretamente ligada às questões éticas e morais, porque o conhecimento da virtude era necessário para se agir corretamente e ser virtuoso.

Aristóteles, discípulo de Platão, no entanto, não julgava que conhecer bem fosse suficiente para praticar o bem. Para Aristóteles a virtude era alcançada por meio da prática, do hábito e transmitida através do exemplo. Quanto mais se pratica ações virtuosas mais virtuosos nos tornamos.

 Mas como identificar quais ações são virtuosas?

Aristóteles irá responder que é por intermédio da justa medida, ou o meio termo entre duas atitudes extremas. Com isso, Aristóteles quer nos dizer que devemos buscar o equilíbrio entre nossas ações, ou em outras palavras, um melhor controle sobre nossas paixões.

Ex. Virtude – coragem. A coragem seria o meio termo entre o excesso de confiança e a covardia.

Toda ação busca um fim, uma finalidade, e esse fim se constitui em um Bem. Para Aristóteles, o Bem Supremo, o fim último da aspiração humana é a Felicidade, a eudaimonia (Eudaimonia), e é por ela que o homem busca os demais bens.

A Eudaimonia (eudaimonia) representa a felicidade alcançada com a realização das potencialidades da vida racional, a qual, por sua vez, corresponderia à máxima realização da essência humana. A eudaimonia, portanto, é um tipo específico de felicidade, entendida como atividade.

Sendo assim, esse tipo de felicidade é possível somente para os seres humanos constituindo-se essa atividade como aperfeiçoamento do homem. Em outras palavras, para Aristóteles, felicidade era a realização do potencial racional do homem. Alcançada nem pelo exagero e nem pela falta, mas pela justa medida, o meio termo entre esses extremos.



Dicas de Leituras:

- Pequeno Tratado das Grandes Virtudes – André Comte-Sponville

- Ética a Nicômaco - Aristóteles

- Ética a Eudemo - Aristóteles

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