Sociologia
– Texto 5 – Controle Social:
Parte 1: Émile Durkhéim
Controle é uma palavra que denota dominação e poder. No entanto, ao
nos referirmos a esse termo no âmbito social, devemos fazer algumas ressalvas.
Controle Social deve ser tomado como um termo técnico, como instrumento
analítico próprio das Ciências Sociais.
Muitas interpretações foram feitas sobre o controle social, na qual se
explorarão alguns. Nessa primeira parte, analisaremos de forma sucinta, porém
objetiva as contribuições de Émile Durkhéim, sobre esse tema.
Dentro da Sociologia duas escolas trabalharam a sociedade com enfoques
diferenciados: A Escola Objetivista e a Escola Subjetivista.
A primeira preocupava-se com o modelo pelo qual a estrutura social
influencia, limita, determina, estimula ou impede os comportamentos dos
indivíduos, por esse motivo é conhecida também como Escola Estruturalista. A
segunda, por sua vez, corresponde à maneira pela qual a Sociologia aborda os
comportamentos humanos, e é chamada de Subjetivista porque sua ênfase recai no
sujeito, no individuo, e na forma pela qual ele vê o mundo, e não nas
estruturas sociais.
Émile Durkhéim pertence a primeira dessas escolas e sua teoria
sociológica foi pensada para trabalhar a Sociedade como um todo, ou em seus
termos: a Macrossociologia.
De um modo geral, a sociedade é vista por esse sociólogo como um
grande organismo, formado por várias partes, que são chamadas por ele de
Instituições. Essas instituições formam as peças do “quebra-cabeça” social, que
inteiramente integradas, montam a imagem do “Todo Social”, dito de outra forma,
da sociedade como conhecemos. Cada instituição tem sua função social, por essa razão a teoria de Durkhéim é chamada de
Funcionalista.
No entanto, para que haja o funcionamento da sociedade é preciso de um
elemento que movimente esse processo. Na teoria social de Durkhéim esse
elemento é conhecido como coerção (ou coesão) social.
A coerção nada mais é do que leis, regras que fazem com que haja um
funcionamento social, permitindo, dessa forma, que a sociedade se desenvolva. Podemos
identificar essa coerção, com as normas estabelecidas pela moral, pela cultura,
e pelo ordenamento social.
Em relação à estratificação social, Durkhéim, ao contrário de Karl
Marx, a considera positiva. Por que na visão desse sociólogo, sem a divisão do
trabalho, não haveria como as instituições se desenvolverem. Se não há o
desenvolvimento das instituições sociais, não há também desenvolvimento social.
Durkhéim chama esse processo de solidariedade orgânica (ou social) e é focada
no trabalho. Deve-se ter em mente, no entanto, que o trabalho deve ser
entendido aqui como um emprego, sujeito a todos benefícios existentes.
Controle Social, na visão desse sociólogo, é entendida como a
integração social com objetivo de um Bem Estar social. Isso ocorre naturalmente
se houver ordenamento social, ou seja, se não haver nenhuma desregulamentação
em relação às leis e regras que ordenam a sociedade, a saber, a coerção. Dessa
forma, o processo de manutenção do ordenamento social é o mesmo que Controle
Social, que por sua vez, nada mais é, do que as condições necessárias para o
desenvolvimento da sociedade.
Quando há um desequilíbrio em algum fato social, como, por exemplo, o
aumento significativo da violência ou da miséria, significa que o ordenamento
social está avariado, necessitando assim, de uma análise para retomar a
integração do controle social.
Dicas de Leitura:
- As regras do método sociológico – Émile Durkhéim.
- O Perfume – Patrick Süskind.
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