Filosofia –
Texto 3 – Antecedentes da Metafísica – Pré – Socráticos
1º Parte.
A metafísica, também chamada de Ontologia, é parte da
filosofia que estuda o Ser. Esse termo foi criado por Aristóteles para designar
algo além da física. No entanto, muito antes de Aristóteles já se debatiam
temas metafísicos ou ontológicos, temas que influenciaram a história do
pensamento ocidental até os dias de hoje.
Os antecedentes
da Metafísica iniciam já com o espanto inicial, original do filosofar,
juntamente com os primeiros filósofos: Os Pré-socráticos.
Os filósofos pré-socráticos eram grandes observadores
da natureza, por essa razão foram conhecidos também como filósofos da natureza da Physis
(physis). Essa palavra grega, physis, pode
ser traduzida por natureza. Mas seu significado é bem mais amplo, referindo-se
também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas o que se encontra em
movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve. Nesse sentido, a
palavra significa gênese, origem, manifestação. Saber o que é a Physis, assim, levanta a questão da
origem de todas as coisas que constituem a realidade, que se manifesta no
movimento. Dessa forma, os pré-socráticos ou filósofos da natureza, procuravam
saber se havia um principio único (arché) arche, que
dirigia e ordenava todas as coisas do mundo, em seus diversos e contraditórios
aspectos.
Sendo assim, a noite segue o dia. As estações do ano
sucedem-se umas as outras. As plantas nascem, e uma pequena semente se
transforma numa grande árvore; os animais nascem, crescem e perecem. Diante
desses espetáculos cotidianos da natureza, o homem manifesta sentimentos
variados (medo, resignação, incompreensão, admiração e perplexidade). E desse
sentimento de admiração que surge a reflexão e a filosofar. No caso dos
pré-socráticos, a busca pelo principio da realidade, o arché (princípio) da Physis.
Diversos pensadores contribuíram para explicar esse
principio. Sendo que os primeiros, aos quais foram atribuídos os títulos de
primeiros filósofos, foram os pensadores de Mileto: Tales, Anaximandro e
Anaxímenes.
Tales de
Mileto: Tales, nascido em Mileto, é
considerado, pela tradição clássica, o primeiro filósofo. Viveu provavelmente
entre 640-562 a.C. Matemática e astrônomo, previu o eclipse do sol de 585 a.C.
Reza a lenda que Tales gostava de olhar os astros, e por essa razão vivia
olhando para o céu. Conta-se que, distraído, teria caído num buraco quando
efetuava essa sua prática curiosa de olhar para cima enquanto estava
caminhando. Do seu pensamento só ficaram interpretações formuladas por outros
filósofos. Segundo eles, a resposta de Tales a pergunta sobre o princípio
originário da Physis seria que tudo
se origina da água. A Physis então,
teria como único principio esse elemento natural, presente em tudo. No
pensamento de Tales, somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as
transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados: sólido,
líquido e gasoso. Dessa forma, a água ao se resfriar se torna sólida e dá
origem à terra, ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retorna como
chuva quando novamente resfriados. Desse ciclo (vapor, chuva, rio, mar, terra)
nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal (contendo em si também a
água). No entanto, Tales não conseguiu explicar o que originaria o frio e o
calor que resultava na mudança dos estados físicos e seu pensamento foi superado.
Anaximandro:
Para este outro filósofo de Mileto, o
principio da Physis é o Apeíron, que pode ser traduzido como
indeterminado ou ilimitado. Eterno, o apeíron
está em constante movimento, e disso resulta uma série de pares opostos – água
e fogo, frio e calor – que constituem o mundo. O apeíron é, desse modo, algo abstrato, que não se fixa diretamente
em nenhum elemento palpável da natureza.
Anaxímenes: O meio termo entre Tales e Anaximandro é representado
por Anaxímenes, que viveu em meados do Século VI a.C. Segundo ele, a arché que comanda o mundo é o ar, um
elemento não tão abstrato como o apeíron,
nem tão palpável demais como a água. Tudo provém do ar, para Anaxímenes,
através de seus pensamentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar
rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas de ar.
Tudo o que existe, mesmo apresentando qualidades diferentes, reduz-se a
variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse elemento.
Bibliografia Consultada
- História da
Filosofia. Organização e texto final de Bernadette Siqueira Abrão. Editora
Nova Cultura, 2004.
Dicas de
Leitura:
- O dia do
Coringa – Joisten Gaarder
- O pequeno
príncipe – Antoine de Saint-Exupéry
- A queda –
Albert Camus
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