terça-feira, 14 de fevereiro de 2012




Filosofia – Texto 3 – Antecedentes da Metafísica – Pré – Socráticos

1º Parte.



A metafísica, também chamada de Ontologia, é parte da filosofia que estuda o Ser. Esse termo foi criado por Aristóteles para designar algo além da física. No entanto, muito antes de Aristóteles já se debatiam temas metafísicos ou ontológicos, temas que influenciaram a história do pensamento ocidental até os dias de hoje.

 Os antecedentes da Metafísica iniciam já com o espanto inicial, original do filosofar, juntamente com os primeiros filósofos: Os Pré-socráticos.

Os filósofos pré-socráticos eram grandes observadores da natureza, por essa razão foram conhecidos também como filósofos da natureza da Physis (physis). Essa palavra grega, physis, pode ser traduzida por natureza. Mas seu significado é bem mais amplo, referindo-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas o que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve. Nesse sentido, a palavra significa gênese, origem, manifestação. Saber o que é a Physis, assim, levanta a questão da origem de todas as coisas que constituem a realidade, que se manifesta no movimento. Dessa forma, os pré-socráticos ou filósofos da natureza, procuravam saber se havia um principio único (arché) arche, que dirigia e ordenava todas as coisas do mundo, em seus diversos e contraditórios aspectos.

Sendo assim, a noite segue o dia. As estações do ano sucedem-se umas as outras. As plantas nascem, e uma pequena semente se transforma numa grande árvore; os animais nascem, crescem e perecem. Diante desses espetáculos cotidianos da natureza, o homem manifesta sentimentos variados (medo, resignação, incompreensão, admiração e perplexidade). E desse sentimento de admiração que surge a reflexão e a filosofar. No caso dos pré-socráticos, a busca pelo principio da realidade, o arché (princípio) da Physis.

Diversos pensadores contribuíram para explicar esse principio. Sendo que os primeiros, aos quais foram atribuídos os títulos de primeiros filósofos, foram os pensadores de Mileto: Tales, Anaximandro e Anaxímenes.



Tales de Mileto: Tales, nascido em Mileto, é considerado, pela tradição clássica, o primeiro filósofo. Viveu provavelmente entre 640-562 a.C. Matemática e astrônomo, previu o eclipse do sol de 585 a.C. Reza a lenda que Tales gostava de olhar os astros, e por essa razão vivia olhando para o céu. Conta-se que, distraído, teria caído num buraco quando efetuava essa sua prática curiosa de olhar para cima enquanto estava caminhando. Do seu pensamento só ficaram interpretações formuladas por outros filósofos. Segundo eles, a resposta de Tales a pergunta sobre o princípio originário da Physis seria que tudo se origina da água. A Physis então, teria como único principio esse elemento natural, presente em tudo. No pensamento de Tales, somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes estados: sólido, líquido e gasoso. Dessa forma, a água ao se resfriar se torna sólida e dá origem à terra, ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retorna como chuva quando novamente resfriados. Desse ciclo (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal (contendo em si também a água). No entanto, Tales não conseguiu explicar o que originaria o frio e o calor que resultava na mudança dos estados físicos e seu pensamento foi superado.

Anaximandro: Para este outro filósofo de Mileto, o principio da Physis é o Apeíron, que pode ser traduzido como indeterminado ou ilimitado. Eterno, o apeíron está em constante movimento, e disso resulta uma série de pares opostos – água e fogo, frio e calor – que constituem o mundo. O apeíron é, desse modo, algo abstrato, que não se fixa diretamente em nenhum elemento palpável da natureza.

Anaxímenes: O meio termo entre Tales e Anaximandro é representado por Anaxímenes, que viveu em meados do Século VI a.C. Segundo ele, a arché que comanda o mundo é o ar, um elemento não tão abstrato como o apeíron, nem tão palpável demais como a água. Tudo provém do ar, para Anaxímenes, através de seus pensamentos: o ar é respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a água, a terra, a pedra são formas cada vez mais condensadas de ar. Tudo o que existe, mesmo apresentando qualidades diferentes, reduz-se a variações quantitativas (mais raro, mais denso) desse elemento.



Bibliografia Consultada



- História da Filosofia. Organização e texto final de Bernadette Siqueira Abrão. Editora Nova Cultura, 2004.



Dicas de Leitura:

- O dia do Coringa – Joisten Gaarder
- O pequeno príncipe – Antoine de Saint-Exupéry
- A queda – Albert Camus

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