Geografia –
Texto 8 – Coordenadas Geográficas, fuso horários e Representação Terrestre
Os pontos de orientação
são muito importantes para indicar as direções a partir de uma referência, mas
somente eles não são suficientes para localizar com precisão qualquer lugar do
espaço geográfico.
Para localizarmos lugares ou objetos com
precisão, utilizamos as coordenadas geográficas, que formam, sobre mapas e
globos, um sistema de quadrículas (latitude e longitude), que permite obter
rapidamente a localização geográfica de qualquer ponto na superfície terrestre.
As linhas ou coordenadas formam um sistema de referências imaginárias, pois
elas são representadas somente nas cartas ou nos mapas e não existem
concretamente. Essas linhas imaginárias são denominadas paralelos (latitudes) e meridianos
(longitudes).
Os paralelos
são linhas horizontais que atravessam o planeta. A linha do equador é o
principal paralelo e divide a Terra em duas partes iguais, chamadas
hemisférios: o hemisfério Norte e o hemisfério Sul.
As latitudes,
ou paralelos, são medidas em grau, minuto e segundo e determinadas a partir da
linha do equador (0º), podendo atingir o valor máximo de 90º a norte ou a sul.
Os paralelos mais importantes são o Trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico,
ao norte, e o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico, ao sul. No
Brasil, o Trópico de Capricórnio passa pelos Estados do Paraná e de São Paulo.
Todos os lugares que estão sobre o mesmo paralelo têm a mesma latitude.
Os meridianos
são linhas verticais que ligam o pólo Norte ao pólo Sul e também são medidos em
grau, minuto e segundo. Todos os meridianos são medidos a partir do meridiano
de Greenwich, que corresponde a 0º. Greenwich divide a Terra em dois
hemisférios: o hemisfério Leste, ou Oriental, e o hemisfério Oeste, ou
Ocidental.
As
longitudes, ou meridianos, são as linhas que partem do meridiano de Greenwich
(0º) até 180º a oeste ou a leste e convergem para os pólos. A linha imaginária
tem esse nome porque passa pelo antigo observatório de Greenwich, situado na
periferia de Londres. Todos os lugares situados sobre o mesmo meridiano têm a
mesma longitude.
O cruzamento
ou encontro dos paralelos e meridianos determina uma coordenada geográfica que
nos permite localizar com exatidão um lugar, uma cidade, um país, um
continente, um avião ou um navio na superfície da Terra.
Fuso
Horário:
Ao lado da
localização das pessoas, objetos e lugares no espaço geográfico, cuidou-se
também da localização do tempo.
Como vimos
anteriormente, a Terra tem forma esférica, sendo ligeiramente achatada nos
pólos. Portando, possui 360º de circunferência. Também aprendemos que, pelo
movimento de rotação, nosso planeta leva 24 horas para girar em torno de seu
eixo imaginário. Dessa maneira, a cada hora a Terra gira 15º (360º : 24 horas).
Esses intervalos de 15º correspondentes a uma hora são chamados de Fusos
horários.
Existem, portanto,
24 fusos no planeta Terra. Em cada uma das 24 faixas, a hora, por convenção, é
a mesma. Porém por razões político-administrativas, a linha do fuso horário não
é uma “reta”.
Em razão do
desenvolvimento no setor de transportes, acarretando o aumento da velocidade e
a diminuição do tempo que se levava para se deslocar de um ponto a outro
tornou-se necessário estabelecer um sistema universal de determinação da hora
legal (HLE). Uma convenção internacional realizada em 1884, nos Estados Unidos,
determinou que a hora do fuso do meridiano de Greenwich – ou GMT, abreviação do
inglês Greenwich Meridian Time ou
Hora do Meridiano de Greenwich – seria referência mundial na determinação das
horas.
Assim, todas
as localidades que estão a leste de Greenwich têm a hora adiantada em relação a
esse meridiano e as localidades que estão a oeste têm a hora atrasada. Conforme
se passa de um fuso para o outro, deve-se aumentar (a leste ou oriente) ou
diminuir (a oeste ou ocidente) uma hora no relógio.
Com base em
sua localização e em suas particularidades, cada nação institui uma (ou mais)
hora legal, que bem sempre corresponde exatamente ao fuso em que se situa. Se o
país for muito vasto, no sentido leste-oeste, há mais de uma hora legal. A
federação Russa, por exemplo, possui doze horas diferentes; o Canadá, oito; Os
EUA, seis, e o Brasil, três.
Observando
com atenção o mapa dos fusos horários, notamos que a cidade de Brasília está
situada no fuso que indica um atraso de 3 horas em relação ao meridiano 0º.
Assim, quando em Londres for 21 horas, por exemplo, em Brasília será 18 horas.
Representação
da Terra:
Globo
Terrestre
Considerando
a forma esférica da Terra, a melhor maneira de representá-la é por meio do
globo. O globo terrestre é uma representação em miniatura de nosso planeta, ou
seja, é uma representação esférica da Terra em tamanho reduzido.
No globo, é
possível visualizar o contorno dos continentes, oceanos, mares e ilhas, os
traçados dos principais rios, lagos e montanhas e a divisão política dos
continentes em países e capitais, além das cidades importantes. Nos globos
encontramos também a representação das linhas imaginárias (meridianos e
paralelos).
Essa maneira
de representar a Terra, copiando sua forma em miniatura, apresenta algumas
dificuldades: manuseio, impossibilidade de visualizar detalhes e toda a
superfície terrestre de uma só vez, representação extremamente reduzida e
simplificada.
Mapas
Utilizam-se
outras formas de representar a Terra. Entre essas formas, desancam-se os mapas, que são representações de toda a
superfície terrestre ou de partes dela – um país, um continente ou uma região
qualquer - , numa superfície plana.
Os mapas são
importantes em todas as atividades modernas do homem. Outrora seu emprego
destinava-se aos navegadores e exploradores, com fins geralmente militares ou
de conquistas. Atualmente, a confecção de mapas é básica para o desenvolvimento
de programas de planejamento e administração na política, na economia, na
agronomia e na segurança nacional. É fundamental para o conhecimento geográfico
de um país ou região e contém posições políticas e ideológicas.
Conforme a
destinação, os mapas poder ser físicos (relevo e altitude), geológicos
(estrutura geológica), políticos (divisão dos continentes em países, por
exemplo). Climáticos (fenômenos meteorológicos), demográficos (dados da
população) ou temáticos (informações diversas: solos, vegetação, rodovias,
cidades etc).
Projeções
Cartográficas
Como o
planeta Terra é esférico, utiliza-se, então uma projeção que permite representar
em um plano o que está em uma superfície curva. Essa transferência provocam,
como é natural, algumas deformações, e por isso existem numerosos tipos de
projeções cartográficas que procuram corrigi-las.
As projeções
cartográficas podem ser de três tipos: cilíndrica, cônica e plana ou azimutal.
Projeção Cilíndrica: possibilita a
representação total da superfície da Terra, sendo muito utilizada para a
produção de planisférios e na navegação. Nesse tipo de projeção, os paralelos e
meridianos ficam retos e perpendiculares; as regiões equatoriais são
representadas com suas dimensões reais e as altas latitudes, com dimensões
exageradas.
Destaca-se a
projeção cilíndrica de Mercator, nome pelo qual era mais conhecido o geógrafo
holandês Gerhard Kremer, que a criou. Foi elaborada em 1569, época da expansão
marítima européia. Essa projeção cilíndrica pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos
e mantém as formas dos continentes e países, mas distorce suas áreas.
Outra
projeção de destaque é a de Peters, que propôs uma projeção cilíndrica, mas
equivalente, ou seja, as áreas da Terra conservam a dimensão correta, porém
encontram-se esticadas por causa da deformação dos ângulos.
Projeção Cônica: Um dos hemisférios é
transformado em cone, que é, posteriormente, aberto. É uma projeção utilizada
para representar principalmente regiões de latitudes médias que sofrem
deformações. Esse tipo de projeção apresenta paralelos circulares e meridianos
radiais.
Projeção Plana ou azimutal: É empregada
na produção de mapas especiais, principalmente os aeronáuticos e os náuticos. É
muito utilizada para representar regiões polares. Contém paralelos projetados
em círculos concêntricos e meridianos projetados em linhas retas.