terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Sociologia – Texto 4 – O conceito de Poder em Weber



Para que se compreenda de forma efetiva o que Max Weber entende por Poder, deve-se ter em mente a concepção sociológica desse pensador.

Numa visão simples e resumida de sua estrutura sociológica, a visão de Weber é de uma Teia de Relações, comparável a uma teia de aranha. Os pontos se encontram formando um todo, que representa o todo da teia, ou, transferindo para a realidade, a sociedade em sua completude. Cada individuo, nessa configuração, se relaciona com o outro num processo positivo que influi o “bom funcionamento da sociedade”.

No entanto, para que haja esse bom funcionamento da sociedade, é preciso de um elemento que force os indivíduos a agirem de tal forma. Em Weber, esse elemento diferencial é inerente ao ser humano e chamado por ele de Espírito.

Por Espírito, Weber entendia um sistema de máximas de comportamento humano. Se estivermos falando em máxima de comportamento, estamos nos referindo, evidentemente, a uma ética. Não é por acaso que sua célebre obra se intitula A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.

Sendo assim, a Sociologia para Max Weber é o estudo das interações significativas de indivíduos que formam uma teia de relações sociais, sendo o seu objetivo a compreensão da conduta social. Para ele, a ação social é a própria conduta humana.

Poder para Weber significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo que contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade. Quando Weber fala em fundamento, ele se refere a certos recursos necessários para a legitimação desse poder. Em outras palavras, é preciso ter alguma coisa a mais em relação aos outros para que se possa “mandar”.

 Essa relação de poder existe em toda a relação social. Por exemplo, para que um professor de Física possa dar aula, ele deve ter um Recurso a mais do que seus alunos, ou seja, a especialidade daquela disciplina. Sem esse recurso, não se tem o fundamento necessário para que ele seja professor, ou um bom professor. Outro exemplo que pode ser explorado são as patentes militares. Um soldado raso bate continência a um Sargento, porque esse Sargento possui um Recurso a mais (um grau mais elevado na patente militar) para que fundamente o seu poder, o contrário não acontece, porque falta o recurso que fundamente a relação. Numa simples relação social, numa conversa, por exemplo, o recurso que fundamenta o poder varia conforme muda os interlocutores. Quando um fala, ele detém o recurso do poder, enquanto o outro ouve; depois, quando o segundo interlocutor fala, ele é que detém esse recurso, enquanto o primeiro interlocutor se torna ouvinte e assim por diante.   

Os recursos e fundamentos podem variar, gerando dessa forma, diferentes tipos de poder. Poder político; poder econômico, poder eclesiástico etc...

Deve-se ressaltar que no pensamento de Weber, Poder difere de Dominação, não obstante essa diferença ser bastante tênue.

Dominação segundo ele, é um caso especial de Poder. Dominação é um estado de coisas pelo qual uma vontade “manifesta” do ‘dominador” e influi sobre os atos de outros. Ex. A execução de uma ordem militar. O decreto de um imperador. A ordem de um técnico de futebol, etc.

Poder é um conceito mais genérico enquanto Dominação é um conceito mais específico. Weber irá dizer que o conceito de poder é “Sociologicamente amorfo” enquanto o conceito de dominação aplica-se a casos muito mais específicos e concretos, isto é, a casos em que o predomínio da vontade de um sobre o outro se dá em uma relação de mando e obediência.



O Estado em Weber:


O Estado em Weber está ligado à questão da dominação e do poder. Segundo ele, existem três tipos de poderes e de dominação:

Carismático: a obediência é fruto do carisma de um líder;
Tradicional: em que se obedecem as tradições;
Racional-Legal: em que a obediência é fruto de normas estabelecidas de forma legal, racional e burocrática.

Em Weber, o Estado Moderno era uma manifestação do movimento de racionalização da Civilização moderna. Tratava-se, portanto, da materialização de uma estrutura burocrática, fundamentada em regras juridicamente estabelecidas e de poderes específicos independentes – Executivo, Legislativo e Judiciário.

A ordem pública interna e externa era garantida por meio da polícia e das forças armadas. Deve-se salientar, que somente estas, podem usar a força como recurso para fundamento do poder.



Dicas de Leitura:

- A Ética protestante e o Espírito do Capitalismo – Max Weber.
- O que é Cidadania – Maria de Lourdes Manzini Covre.

8 comentários:

  1. Me foi muito útil, sanou todas minhas dúvidas quanto às construções conceituais do autor. Excelente texto, explicação clara e conteúdo rico. Parabéns!

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  2. Muito bom, foi de alta relevância para mim também.

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  3. sem dúvidas alguma, a explicação foi show

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  4. sem dúvidas alguma, a explicação foi show

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  5. Foi muito útil pra prova que farei amanhã

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  6. Foi muito útil pra prova que farei amanhã

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  7. Estava precisando resolver umas questões e essa explicação foi muito útil para me recordar esses conceitos que já aprendi no E.Médio com o melhor professor de sociologia/filosofia. Com certeza o professor ser bom auxilia no gosto pela matéria, não é atoa que esta é a que eu mais gosto nesse semestre da faculdade. Foi uma honra prof Maicon !

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