Sociologia – Texto 4 – O
conceito de Poder em Weber
Para que se compreenda de forma efetiva o que Max Weber entende por
Poder, deve-se ter em mente a concepção sociológica desse pensador.
Numa visão simples e resumida de sua estrutura sociológica, a visão de
Weber é de uma Teia de Relações, comparável a uma teia de aranha. Os pontos se
encontram formando um todo, que representa o todo da teia, ou, transferindo
para a realidade, a sociedade em sua completude. Cada individuo, nessa
configuração, se relaciona com o outro num processo positivo que influi o “bom
funcionamento da sociedade”.
No entanto, para que haja esse bom funcionamento da sociedade, é
preciso de um elemento que force os indivíduos a agirem de tal forma. Em Weber,
esse elemento diferencial é inerente ao ser humano e chamado por ele de Espírito.
Por Espírito, Weber entendia
um sistema de máximas de comportamento humano. Se estivermos falando em máxima
de comportamento, estamos nos referindo, evidentemente, a uma ética. Não é por
acaso que sua célebre obra se intitula A
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.
Sendo assim, a Sociologia para Max Weber é o estudo das interações
significativas de indivíduos que formam uma teia de relações sociais, sendo o
seu objetivo a compreensão da conduta social. Para ele, a ação social é a
própria conduta humana.
Poder para Weber significa a probabilidade de impor a própria vontade
dentro de uma relação social, mesmo que contra toda a resistência e qualquer
que seja o fundamento dessa probabilidade. Quando Weber fala em fundamento, ele
se refere a certos recursos necessários para a legitimação desse poder. Em
outras palavras, é preciso ter alguma coisa a mais em relação aos outros para
que se possa “mandar”.
Essa relação de poder existe em
toda a relação social. Por exemplo, para que um professor de Física possa dar
aula, ele deve ter um Recurso a mais do que seus alunos, ou seja, a
especialidade daquela disciplina. Sem esse recurso, não se tem o fundamento
necessário para que ele seja professor, ou um bom professor. Outro exemplo que
pode ser explorado são as patentes militares. Um soldado raso bate continência
a um Sargento, porque esse Sargento possui um Recurso a mais (um grau mais
elevado na patente militar) para que fundamente o seu poder, o contrário não
acontece, porque falta o recurso que fundamente a relação. Numa simples relação
social, numa conversa, por exemplo, o recurso que fundamenta o poder varia
conforme muda os interlocutores. Quando um fala, ele detém o recurso do poder,
enquanto o outro ouve; depois, quando o segundo interlocutor fala, ele é que detém
esse recurso, enquanto o primeiro interlocutor se torna ouvinte e assim por
diante.
Os recursos e fundamentos podem variar, gerando dessa forma,
diferentes tipos de poder. Poder político; poder econômico, poder eclesiástico
etc...
Deve-se ressaltar que no pensamento de Weber, Poder difere de
Dominação, não obstante essa diferença ser bastante tênue.
Dominação segundo ele, é um caso especial de Poder. Dominação é um
estado de coisas pelo qual uma vontade “manifesta” do ‘dominador” e influi
sobre os atos de outros. Ex. A execução de uma ordem militar. O decreto de um
imperador. A ordem de um técnico de futebol, etc.
Poder é um conceito mais genérico enquanto Dominação é um conceito
mais específico. Weber irá dizer que o conceito de poder é “Sociologicamente
amorfo” enquanto o conceito de dominação aplica-se a casos muito mais
específicos e concretos, isto é, a casos em que o predomínio da vontade de um
sobre o outro se dá em uma relação de mando e obediência.
O
Estado em Weber:
O Estado em Weber está ligado à questão da dominação e do poder.
Segundo ele, existem três tipos de poderes e de dominação:
Carismático: a obediência é
fruto do carisma de um líder;
Tradicional: em que se
obedecem as tradições;
Racional-Legal: em que a
obediência é fruto de normas estabelecidas de forma legal, racional e
burocrática.
Em Weber, o Estado Moderno era uma manifestação do movimento de
racionalização da Civilização moderna. Tratava-se, portanto, da materialização
de uma estrutura burocrática, fundamentada em regras juridicamente
estabelecidas e de poderes específicos independentes – Executivo, Legislativo e
Judiciário.
A ordem pública interna e externa era garantida por meio da polícia e
das forças armadas. Deve-se salientar, que somente estas, podem usar a força como
recurso para fundamento do poder.
Dicas de Leitura:
- A Ética protestante e o Espírito do Capitalismo – Max Weber.
- O que é Cidadania – Maria de Lourdes Manzini Covre.
Me foi muito útil, sanou todas minhas dúvidas quanto às construções conceituais do autor. Excelente texto, explicação clara e conteúdo rico. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom, foi de alta relevância para mim também.
ResponderExcluirsem dúvidas alguma, a explicação foi show
ResponderExcluirsem dúvidas alguma, a explicação foi show
ResponderExcluirFoi muito útil pra prova que farei amanhã
ResponderExcluirFoi muito útil pra prova que farei amanhã
ResponderExcluirEstava precisando resolver umas questões e essa explicação foi muito útil para me recordar esses conceitos que já aprendi no E.Médio com o melhor professor de sociologia/filosofia. Com certeza o professor ser bom auxilia no gosto pela matéria, não é atoa que esta é a que eu mais gosto nesse semestre da faculdade. Foi uma honra prof Maicon !
ResponderExcluirObrigado a você Taty, a honra foi minha. Sucesso.
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