Geografia – Texto 4 –
Astronomia (Conceitos Gerais)
A astronomia é uma das ciências mais antigas existentes. Durante muito
tempo, só se ensinava nas “Academias” e “liceus”, a Filosofia, a Geometria e a
Astronomia. Essas ciências eram as bases do saber humano. Depois, com o passar
dos tempos, as ciências foram se desmembrando da filosofia, surgindo dessa
forma o grande número de disciplinas que conhecemos.
Fato é, que o céu e os astros sempre despertaram a atenção dos homens.
Não existe uma mitologia ou religião que não deixe de mencionar o céu. Acontece
que o céu foi o primeiro grande deslumbre do homem. Ao contemplar o céu, o ser
humano se deparava com o infinito, com o eterno, com algo que ele considerava
muito maior do que ele mesmo. Ao mesmo tempo em que contemplava o infinito,
dava-se conta de sua própria finitude, de sua própria limitação, de sua própria
condição.
Não demorou muito, portanto, para que os astros se tornassem objeto de
estudo do homem. A ciência que estuda os astros, assim, ficou conhecida como
Astronomia. O objetivo da Astronomia é o estudo da constituição e dos
movimentos dos astros naturais do Universo.
Conceitos Gerais:
Universo: O Universo é o
conjunto de todos os astros: estrelas, planetas, asteróides, galáxias, cometas
etc. Sobre as origens do Universo são várias teorias, por enquanto a teoria do Big Bang é a teoria mais aceita pelas
ciências.
Galáxias: As galáxias são
regiões do Universo constituídas por bilhões de estrelas, outros astros, gases
e poeira. Os astrônomos admitem a existência de mais de 100 bilhões de
galáxias. A galáxia em que está localizado o planeta Terra é a Via Láctea. Nela
existem aproximadamente 150 bilhões de estrelas, incluindo o Sol. Ela tem forma
de um disco em espiral.
Sistema Solar: É formado
pelo conjunto de uma estrela – o Sol – oito planetas principais – Mercúrio,
Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno –, seus satélites
naturais, os asteróides entre Marte e Júpiter, numerosos meteoros e cometas. O
Sistema Solar se formou há cerca de 5 bilhões de anos.
Sol: É uma estrela com
1.400.000 Km de diâmetro, com temperatura na superfície de aproximadamente
6.000 ºC; no interior, pode chegar a 15.000.000 ºC. Situa-se cerca de 150
milhões de quilômetros da Terra. Sua atmosfera é composta de diversas camadas
de gases. A mais próxima da superfície é chamada de cromosfera, com cerca de 16
mil quilômetros de espessura. A seguir vem uma camada conhecida como coroa
solar, com algumas centenas de milhares de quilômetros de espessura, que é
vista por ocasião dos eclipses solares.
A superfície do Sol é denominada fotosfera e tanto nela como na
cromosfera ocorrem as manchas solares e as protuberâncias solares, que são
perturbações turbulentas e acompanhadas de explosões ou tempestades solares.
Ocorrem ciclicamente, em períodos de 11 anos, e provocam interferências nas
comunicações via satélite e nas transmissões de TV e de rádio, além de causar
aumento considerável da emissão de raios cósmicos.
O Sol é o único astro do Sistema Solar que apresenta luz própria. Ele
ilumina, aquece e determinada os movimentos dos outros astros.
Planetas: Os planetas são
astros que não possuem iluminação própria, ou seja, são iluminados por uma
estrela. Os planetóides – ou asteróides – são astros menores. No Sistema Solar,
concentram-se entre Marte e Júpiter.
Segundo o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630), a órbita de
cada planeta ao redor do Sol é uma elipse, situando-se o Sol em um de seus
focos.
Em novembro de 2003, foi descoberto Sedna, que, para alguns
astrônomos, seria o décimo planeta do Sistema Solar e, para outros, seria
apenas um grande cometa ou um planetóide. A discussão se encerrou quando os
astrônomos que descobriram Sedna o classificaram como planetóide. A descoberta
de Sedna provocou discussões quanto à classificação de Plutão. Em 24 de agosto
de 2006, Plutão deixou de ser classificado como planeta e passou a ser
designado como planeta anão.
Estrelas: São astros
dotados de luz própria, formados principalmente por materiais gasosos
(hidrogênio e heléio), com temperaturas muito elevadas. Em seu interior,
ocorrem explosões que liberam energia e provocam calor intenso. Quanto a suas
dimensões, elas podem ser gigantes, pequenas ou anãs. Para serem mais bem
estudadas, os astrônomos as agrupam em constelações.
Satélites: São astros que
giram em torno dos planetas. Geralmente, apresentam três movimentos:
translação, rotação e revolução.
A Lua é o único satélite natural da Terra. Seu diâmetro é de 3.480 Km,
quatro vezes menor do que a Terra; seu volume é 49vezes menor. É dotada de três
movimentos:translação, ao redor da Terra com duração de 27 dias, 7 horas e 42
minutos; rotação, em torno de si mesma, ao mesmo tempo que executa a
translação; revolução, em torno do Sol, acompanhando a Terra. Ao girar em torno
da Terra, a lua apresenta-se em quatro posições diferentes.
Fases da Lua:
·
Lua Nova – posição entre a Terra e o Sol, em
conjugação
·
Quarto Crescente – posição em ângulo reto com a
Terra no vértice, em quadratura.
·
Lua Cheia – a Terra fica entre a Lua e o Sol, em
oposição.
·
Quarto Minguante – posição invertida ao quarto
crescente, em quadratura.
Cometas: São astros recobertos de
poeira, gelo e gases congelados, que se movem ao redor do Sol. Geralmente, são
constituídos de três partes:
Núcleo: parte
luminosa, formada por matérias sólidas;
Cabeleira ou
coma: densa nuvem de gases que envolvem o núcleo;
Cauda: rastro
deixado pelo cometa e que pode chegar a milhões de quilômetros de extensão. É a
parte mais proeminente de um cometa visto a olho nu.
Meteoros: São fragmentos de vários
tamanhos, que podem atingir até várias toneladas de peso. Também chamados de
“estrelas cadentes”, tornam-se incandescentes quando ingressam na atmosfera
terrestre, explodindo. Alguns podem cair na superfície da Terra e provocar
danos.
MOVIMENTOS
DATERRA NO ESPAÇO CELESTE
A Terra é o planeta em que vivemos. Faz parte do Sistema Solar como um
planeta de média dimensão e sua órbita é a terceira em afastamento do Sol.
Nosso planeta executa vários movimentos simultâneos. Entre esses movimentos os
mais importantes são: Rotação, Translação, Revolução e Precessão e Nutação.
Movimento de Rotação: É o
movimento que a Terra realiza ao redor de si mesma, em torno de um eixo
imaginário, com a duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Sua velocidade
é de 1.666 Km/h na altura do Equador e nula nos pólos. O tempo de duração da
rotação da Terra é 3 minutos e 56 segundos mais curta que a do dia solar, que é
de 24 horas. O período de rotação em torno do seu próprio eixo é chamado de dia
sideral, e o período de rotação em relação ao Sol, de dia solar.
O movimento de rotação realiza-se com o eixo inclinado 23º27’ em
relação ao plano de órbita terrestre, influenciando, assim, a distribuição de
luminosidade e energia solar na superfície terrestre. Isto é, a luminosidade
não é igual em todos os lugares do planeta, caracterizando durações diferentes
do dia e da noite. O movimento de rotação é responsável pela alternância de
dias e noites; pelos diferentes fusos horários; pela circulação atmosférica;
pelas correntes marítimas; pelo abaulamento da Terra no Equador e achatamento
polar e pelo movimento aparente do Sol.
Movimento aparente do Sol: Quando,
durante o dia, percebemos o Sol aparecer no nascente e, depois de percorrer um
trajeto na esfera celeste, desaparecer no poente, temos a impressão de que o
Sol desloca-se ao redor da terra. Trata-se, na realidade, de um movimento
aparente do Sol, pois é a Terra que, girando em torno de seu eixo, provoca a
impressão visual equívoca de que o Sol estaria em movimento.
Eixo Terrestre: O eixo
imaginário ao redor do qual gira nosso planeta recebe o nome de eixo terrestre.
Ele atravessa dois pontos na superfície da Terra: o pólo Norte e o pólo Sul. O
eixo terrestre está inclinado em relação ao plano do movimento da Terra em
torno do Sol.
Movimento de Translação: É
o movimento que a Terra descreve em sua órbita ao redor do Sol, juntamente com
os outros planetas e astros celestes. A órbita terrestre é elíptica e a duração
do movimento de translação é de, aproximadamente, 365 dias, 6 horas, 9 minutos
e 9,5 segundos (ano sideral), com uma velocidade média de 107 000 Km/h (30
Km/s). O Sol ocupa um dos focos da elipse, isto é, ele não está no centro.
O tempo desse movimento é chamado de ano civil e tem 365 dias,
definido em convenção internacional. Como o ano sideral tem duração maior que
365 dias, a cada quatro anos, é necessário acrescentar, no calendário civil, um
dia a mais, sendo esse ano definido como bissexto. Tal dia é adicionado sempre
no mês de fevereiro. O movimento de translação é a base do calendário solar
adotado pela maioria dos países (alguns calendários podem ser de base lunar,
como o dos muçulmanos e dos judeus). O ano civil está organizado em uma divisão
de doze meses.
O movimento de translação é responsável pela desigualdade da duração
dos dias e das noites (solstícios e equinócios) e pelas estações do ano.
Estações do ano: Como
decorrência do movimento de translação, a Terra ocupa diferentes posições ao
longo do ano. Essas diferentes posições, associadas ao fato de a Terra girar
inclinada, são responsáveis pelas diferentes quantidades de calor que chegam à
superfície terrestre. Em outras palavras, os raios solares não atingem de
maneira igual toda a superfície da Terra no decorrer do ano.
Em 21 de dezembro, por exemplo, inicia-se o verão no Hemisfério Sul (e
o inverno no Hemisfério Norte). Nesse período, o hemisfério Sul está recebendo
os raios solares de maneira mais perpendicular, e o Hemisfério Norte, de
maneira mais obliqua. Essa diferença de ângulo de incidência (inclinação)
define a quantidade de calor recebida na superfície. Seis meses depois, em 21
de junho, ocorre a inversão dessa posição – então, a maior incidência de calor
ocorre no Hemisfério Norte.
As estações duram três meses cada uma e são distribuídas da seguinte
maneira:
Hemisfério Sul:
·
Verão – de 22de dezembro a 20 de março (dias
mais longos que as noites)
·
Outono – de 21 de março a 21 de junho (dias e
noites com a mesma duração)
·
Inverno – de 22 de junho a 22 de setembro
(noites mais longas que os dias)
·
Primavera – de 23 de setembro a 21 de dezembro
(dias e noites com a mesma duração)
Hemisfério
Norte:
·
Verão – 22 de junho a 22 de setembro (dias mais
longos que as noites)
·
Outono – de 23 de setembro a 21 de dezembro
(dias e noites com a mesma duração)
·
Inverno – de 22 de dezembro a 20 de março
(noites mais longas que os dias)
·
Primavera – de 23 de março a 21 de junho (dias e
noites com a mesma duração)
Solstício: Do latim solstitiu (sol parado). Corresponde ao
período do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente sobre um dos
trópicos (Câncer ou Capricórnio). Durante o solstício, verificam-se as maiores
diferenças entre dia e noite. Ocorre no dia 21,22 ou 23 de junho (inverno no
Hemisfério Sul, verão no Hemisfério Norte) e no dia 21,22 ou 23 de dezembro
(verão no Hemisfério Sul, inverno no Hemisfério norte).
Equinócio: Do latim aequinoctiu – aequale = igual + nocte =
noite. É o ponto da órbita da Terra em que a duração do dia e da noite é
igual. Ocorre no dia 20 ou 21 de março (outono no Hemisfério Sul, primavera no
Hemisfério Norte) e no dia 20 ou 23 de setembro (primavera no Hemisfério Sul,
outono no Hemisfério Norte). Durante o equinócio, os raios solares incidem
perpendicularmente sobre a linha do Equador.
Movimento de Revolução: É o movimento
que a Terra e o Sol executam simultaneamente ao redor do centro da Via Láctea,
descrevendo uma trajetória helicoidal.
Não se trata de um movimento próprio da Terra, uma vez que está acompanhando o
movimento que o Sol realiza em relação à Via Láctea.
Precessão e Nutação: A precessão dos
equinócios é um movimento físico caracterizado pela mudança do eixo de rotação
de determinado objeto. Durante o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol,
o seu eixo de rotação não permanece apontando para a mesma direção do espaço.
Portanto, é o movimento de deslocamento do eixo terrestre, executando uma
trajetória semelhante à de um pião. A duração é aproximada de 26.000 anos.
O movimento
de nutação constitui a oscilação do eixo de rotação da Terra, que faz com que
os pólos descrevam uma pequena elipse com um ciclo de 18,6 anos. A nutação
resulta da inclinação de 5,1º do plano da órbita da Lua em relação à eclíptica.
Site Consultado e sugerido:
Bibliografia Consultada:
Manual
compacto de Geografia Geral – Ensino Médio – Editora Rideel
Nenhum comentário:
Postar um comentário