terça-feira, 14 de fevereiro de 2012


Geografia – Texto 4 – Astronomia (Conceitos Gerais)



A astronomia é uma das ciências mais antigas existentes. Durante muito tempo, só se ensinava nas “Academias” e “liceus”, a Filosofia, a Geometria e a Astronomia. Essas ciências eram as bases do saber humano. Depois, com o passar dos tempos, as ciências foram se desmembrando da filosofia, surgindo dessa forma o grande número de disciplinas que conhecemos.

Fato é, que o céu e os astros sempre despertaram a atenção dos homens. Não existe uma mitologia ou religião que não deixe de mencionar o céu. Acontece que o céu foi o primeiro grande deslumbre do homem. Ao contemplar o céu, o ser humano se deparava com o infinito, com o eterno, com algo que ele considerava muito maior do que ele mesmo. Ao mesmo tempo em que contemplava o infinito, dava-se conta de sua própria finitude, de sua própria limitação, de sua própria condição.

Não demorou muito, portanto, para que os astros se tornassem objeto de estudo do homem. A ciência que estuda os astros, assim, ficou conhecida como Astronomia. O objetivo da Astronomia é o estudo da constituição e dos movimentos dos astros naturais do Universo.



Conceitos Gerais:



Universo: O Universo é o conjunto de todos os astros: estrelas, planetas, asteróides, galáxias, cometas etc. Sobre as origens do Universo são várias teorias, por enquanto a teoria do Big Bang é a teoria mais aceita pelas ciências.

Galáxias: As galáxias são regiões do Universo constituídas por bilhões de estrelas, outros astros, gases e poeira. Os astrônomos admitem a existência de mais de 100 bilhões de galáxias. A galáxia em que está localizado o planeta Terra é a Via Láctea. Nela existem aproximadamente 150 bilhões de estrelas, incluindo o Sol. Ela tem forma de um disco em espiral.

Sistema Solar: É formado pelo conjunto de uma estrela – o Sol – oito planetas principais – Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno –, seus satélites naturais, os asteróides entre Marte e Júpiter, numerosos meteoros e cometas. O Sistema Solar se formou há cerca de 5 bilhões de anos.

Sol: É uma estrela com 1.400.000 Km de diâmetro, com temperatura na superfície de aproximadamente 6.000 ºC; no interior, pode chegar a 15.000.000 ºC. Situa-se cerca de 150 milhões de quilômetros da Terra. Sua atmosfera é composta de diversas camadas de gases. A mais próxima da superfície é chamada de cromosfera, com cerca de 16 mil quilômetros de espessura. A seguir vem uma camada conhecida como coroa solar, com algumas centenas de milhares de quilômetros de espessura, que é vista por ocasião dos eclipses solares.

A superfície do Sol é denominada fotosfera e tanto nela como na cromosfera ocorrem as manchas solares e as protuberâncias solares, que são perturbações turbulentas e acompanhadas de explosões ou tempestades solares. Ocorrem ciclicamente, em períodos de 11 anos, e provocam interferências nas comunicações via satélite e nas transmissões de TV e de rádio, além de causar aumento considerável da emissão de raios cósmicos.

O Sol é o único astro do Sistema Solar que apresenta luz própria. Ele ilumina, aquece e determinada os movimentos dos outros astros.  

Planetas: Os planetas são astros que não possuem iluminação própria, ou seja, são iluminados por uma estrela. Os planetóides – ou asteróides – são astros menores. No Sistema Solar, concentram-se entre Marte e Júpiter.

Segundo o astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630), a órbita de cada planeta ao redor do Sol é uma elipse, situando-se o Sol em um de seus focos.

Em novembro de 2003, foi descoberto Sedna, que, para alguns astrônomos, seria o décimo planeta do Sistema Solar e, para outros, seria apenas um grande cometa ou um planetóide. A discussão se encerrou quando os astrônomos que descobriram Sedna o classificaram como planetóide. A descoberta de Sedna provocou discussões quanto à classificação de Plutão. Em 24 de agosto de 2006, Plutão deixou de ser classificado como planeta e passou a ser designado como planeta anão.

Estrelas: São astros dotados de luz própria, formados principalmente por materiais gasosos (hidrogênio e heléio), com temperaturas muito elevadas. Em seu interior, ocorrem explosões que liberam energia e provocam calor intenso. Quanto a suas dimensões, elas podem ser gigantes, pequenas ou anãs. Para serem mais bem estudadas, os astrônomos as agrupam em constelações.

Satélites: São astros que giram em torno dos planetas. Geralmente, apresentam três movimentos: translação, rotação e revolução.

A Lua é o único satélite natural da Terra. Seu diâmetro é de 3.480 Km, quatro vezes menor do que a Terra; seu volume é 49vezes menor. É dotada de três movimentos:translação, ao redor da Terra com duração de 27 dias, 7 horas e 42 minutos; rotação, em torno de si mesma, ao mesmo tempo que executa a translação; revolução, em torno do Sol, acompanhando a Terra. Ao girar em torno da Terra, a lua apresenta-se em quatro posições diferentes.

Fases da Lua:

·        Lua Nova – posição entre a Terra e o Sol, em conjugação

·        Quarto Crescente – posição em ângulo reto com a Terra no vértice, em quadratura.

·        Lua Cheia – a Terra fica entre a Lua e o Sol, em oposição.

·        Quarto Minguante – posição invertida ao quarto crescente, em quadratura.



Cometas: São astros recobertos de poeira, gelo e gases congelados, que se movem ao redor do Sol. Geralmente, são constituídos de três partes:

Núcleo: parte luminosa, formada por matérias sólidas;

Cabeleira ou coma: densa nuvem de gases que envolvem o núcleo;

Cauda: rastro deixado pelo cometa e que pode chegar a milhões de quilômetros de extensão. É a parte mais proeminente de um cometa visto a olho nu.

Meteoros: São fragmentos de vários tamanhos, que podem atingir até várias toneladas de peso. Também chamados de “estrelas cadentes”, tornam-se incandescentes quando ingressam na atmosfera terrestre, explodindo. Alguns podem cair na superfície da Terra e provocar danos.



MOVIMENTOS DATERRA NO ESPAÇO CELESTE



A Terra é o planeta em que vivemos. Faz parte do Sistema Solar como um planeta de média dimensão e sua órbita é a terceira em afastamento do Sol. Nosso planeta executa vários movimentos simultâneos. Entre esses movimentos os mais importantes são: Rotação, Translação, Revolução e Precessão e Nutação.

Movimento de Rotação: É o movimento que a Terra realiza ao redor de si mesma, em torno de um eixo imaginário, com a duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos. Sua velocidade é de 1.666 Km/h na altura do Equador e nula nos pólos. O tempo de duração da rotação da Terra é 3 minutos e 56 segundos mais curta que a do dia solar, que é de 24 horas. O período de rotação em torno do seu próprio eixo é chamado de dia sideral, e o período de rotação em relação ao Sol, de dia solar.

O movimento de rotação realiza-se com o eixo inclinado 23º27’ em relação ao plano de órbita terrestre, influenciando, assim, a distribuição de luminosidade e energia solar na superfície terrestre. Isto é, a luminosidade não é igual em todos os lugares do planeta, caracterizando durações diferentes do dia e da noite. O movimento de rotação é responsável pela alternância de dias e noites; pelos diferentes fusos horários; pela circulação atmosférica; pelas correntes marítimas; pelo abaulamento da Terra no Equador e achatamento polar e pelo movimento aparente do Sol.

Movimento aparente do Sol: Quando, durante o dia, percebemos o Sol aparecer no nascente e, depois de percorrer um trajeto na esfera celeste, desaparecer no poente, temos a impressão de que o Sol desloca-se ao redor da terra. Trata-se, na realidade, de um movimento aparente do Sol, pois é a Terra que, girando em torno de seu eixo, provoca a impressão visual equívoca de que o Sol estaria em movimento.

Eixo Terrestre: O eixo imaginário ao redor do qual gira nosso planeta recebe o nome de eixo terrestre. Ele atravessa dois pontos na superfície da Terra: o pólo Norte e o pólo Sul. O eixo terrestre está inclinado em relação ao plano do movimento da Terra em torno do Sol.

Movimento de Translação: É o movimento que a Terra descreve em sua órbita ao redor do Sol, juntamente com os outros planetas e astros celestes. A órbita terrestre é elíptica e a duração do movimento de translação é de, aproximadamente, 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,5 segundos (ano sideral), com uma velocidade média de 107 000 Km/h (30 Km/s). O Sol ocupa um dos focos da elipse, isto é, ele não está no centro.

O tempo desse movimento é chamado de ano civil e tem 365 dias, definido em convenção internacional. Como o ano sideral tem duração maior que 365 dias, a cada quatro anos, é necessário acrescentar, no calendário civil, um dia a mais, sendo esse ano definido como bissexto. Tal dia é adicionado sempre no mês de fevereiro. O movimento de translação é a base do calendário solar adotado pela maioria dos países (alguns calendários podem ser de base lunar, como o dos muçulmanos e dos judeus). O ano civil está organizado em uma divisão de doze meses.

O movimento de translação é responsável pela desigualdade da duração dos dias e das noites (solstícios e equinócios) e pelas estações do ano.

Estações do ano: Como decorrência do movimento de translação, a Terra ocupa diferentes posições ao longo do ano. Essas diferentes posições, associadas ao fato de a Terra girar inclinada, são responsáveis pelas diferentes quantidades de calor que chegam à superfície terrestre. Em outras palavras, os raios solares não atingem de maneira igual toda a superfície da Terra no decorrer do ano.

Em 21 de dezembro, por exemplo, inicia-se o verão no Hemisfério Sul (e o inverno no Hemisfério Norte). Nesse período, o hemisfério Sul está recebendo os raios solares de maneira mais perpendicular, e o Hemisfério Norte, de maneira mais obliqua. Essa diferença de ângulo de incidência (inclinação) define a quantidade de calor recebida na superfície. Seis meses depois, em 21 de junho, ocorre a inversão dessa posição – então, a maior incidência de calor ocorre no Hemisfério Norte.

As estações duram três meses cada uma e são distribuídas da seguinte maneira:

Hemisfério Sul:

·        Verão – de 22de dezembro a 20 de março (dias mais longos que as noites)

·        Outono – de 21 de março a 21 de junho (dias e noites com a mesma duração)

·        Inverno – de 22 de junho a 22 de setembro (noites mais longas que os dias)

·        Primavera – de 23 de setembro a 21 de dezembro (dias e noites com a mesma duração)

Hemisfério Norte:

·        Verão – 22 de junho a 22 de setembro (dias mais longos que as noites)

·        Outono – de 23 de setembro a 21 de dezembro (dias e noites com a mesma duração)

·        Inverno – de 22 de dezembro a 20 de março (noites mais longas que os dias)

·        Primavera – de 23 de março a 21 de junho (dias e noites com a mesma duração)



Solstício: Do latim solstitiu (sol parado). Corresponde ao período do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente sobre um dos trópicos (Câncer ou Capricórnio). Durante o solstício, verificam-se as maiores diferenças entre dia e noite. Ocorre no dia 21,22 ou 23 de junho (inverno no Hemisfério Sul, verão no Hemisfério Norte) e no dia 21,22 ou 23 de dezembro (verão no Hemisfério Sul, inverno no Hemisfério norte).

Equinócio: Do latim aequinoctiu – aequale = igual + nocte = noite. É o ponto da órbita da Terra em que a duração do dia e da noite é igual. Ocorre no dia 20 ou 21 de março (outono no Hemisfério Sul, primavera no Hemisfério Norte) e no dia 20 ou 23 de setembro (primavera no Hemisfério Sul, outono no Hemisfério Norte). Durante o equinócio, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a linha do Equador.

Movimento de Revolução: É o movimento que a Terra e o Sol executam simultaneamente ao redor do centro da Via Láctea, descrevendo uma trajetória helicoidal. Não se trata de um movimento próprio da Terra, uma vez que está acompanhando o movimento que o Sol realiza em relação à Via Láctea.

Precessão e Nutação: A precessão dos equinócios é um movimento físico caracterizado pela mudança do eixo de rotação de determinado objeto. Durante o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol, o seu eixo de rotação não permanece apontando para a mesma direção do espaço. Portanto, é o movimento de deslocamento do eixo terrestre, executando uma trajetória semelhante à de um pião. A duração é aproximada de 26.000 anos.

O movimento de nutação constitui a oscilação do eixo de rotação da Terra, que faz com que os pólos descrevam uma pequena elipse com um ciclo de 18,6 anos. A nutação resulta da inclinação de 5,1º do plano da órbita da Lua em relação à eclíptica.



Site Consultado e sugerido:





Bibliografia Consultada:


Manual compacto de Geografia Geral – Ensino Médio – Editora Rideel

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