segunda-feira, 12 de março de 2012


Geografia – Texto 7 – Produção Agropecuária Brasileira:



Produção Agropecuária Brasileira:



A pecuária é uma atividade tradicional, relacionada à criação e produção de animais, tais como: bovinos, suíno, ovinos,caprinos, aves, peixes, etc. São diversas as finalidades da criação de animais, sendo as mais comuns o fornecimento de carne, leite, couro, lã, mas também serve como força de trabalho e meio de transporte. É uma atividade complementar à agricultura e, atualmente, devido às pressões do mercado internacional, tem se modernizado com a utilização de técnicas, como inseminação artificial, controle de doenças e de parasitas, monitoramento do crescimento e engorda, alimentação balanceada, etc. A ciência que se dedica ao estudo dos rebanhos é a Zootecnia.

A pecuária pode ser de dois tipos, a saber:

Criação extensiva – é aquela que apresenta baixa produtividade, densidade ou concentração de criação e cultivos associados por hectares, independentemente do tamanho da área de criação. O gado geralmente é solto nas pastagens.

Criação intensiva – apresenta elevada produtividade, concentração de criação e cultivos associados por hectare, independentemente do tamanho da área de criação. O gado geralmente é confinado, isto é, preso, e alimentado por ração.

Apesar do crescente aumento da produção, a agricultura brasileira apresenta baixa produtividade por hectare, em função do predomínio de tecnologias inadequadas, da concentração de terras e dos baixos preços obtidos pelos produtos agrícolas, tanto no país quanto no Exterior. As pequenas propriedades ocupam cerca de 14,7% da área total e empregam aproximadamente 78% da mão de obra rural. Já as grandes propriedades (área maior de 1000 ha) ocupam 57,4% da área total e empregam em torno de 4% da mão de obra, em função da mecanização. Os pequenos estabelecimentos foram os principais responsáveis pela produção de alimentos (suínos, aves, ovos, feijão, arroz), enquanto os grandes e médios se dedicaram aos gêneros de exportação (café, soja), à cana-de-açúcar para a produção de álcool ou à pecuária.

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de café, banana, mandioca, cana-de-açúcar, laranja, cacau, milho e soja. Também produz amendoim, fumo, algodão e arroz. O café, introduzido no país no século XVIII, adaptou-se aos solos da Região Centro-Sul (RJ e SP) graças a fertilidade da terra roxa, expandindo-se para o norte do Paraná e sul de Minas Gerais. A cana-de-açúcar teve sua cultura bastante aumentada na década de 1970, em função do Proálcool, programa governamental para a produção de álcool combustível. Áreas antes policultoras foram ocupadas pela monocultura de cana-de-açúcar, principalmente no interior paulista.

A produção de cacau está quase totalmente concentrada na região superúmida da Bahia, em Ilhéus e Itabuna. Nessa área, ele é cultivado em grandes propriedades. Os produtos de consumo interno são milho, arroz e feijão, que fazem parte da alimentação básica do brasileiro. Em caso de queda na produção desses alimentos, é necessário importá-los. O cultivo do milho ocupa quase 25% da área total cultivada do Brasil e é realizado em todas as unidades federativas do país.

A produção brasileira de arroz está entre as quinze maiores do mundo. No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, é cultivado em áreas alagadas (arroz de várzea), destacando-se a Depressão Transversal (Vale do Jacuí), na Campanha e no litoral lagunar. Na região agrícola, formada pelo sudoeste de Goiás (segundo produtor nacional), Oeste Paulista e Triângulo Mineiro, cultiva-se o arroz de sequeiro (em terra seca), por meio de um sistema rotativo em que seu plantio é alternado com o cultivo de forrageiras para o gado.

O trigo é um cereal cujo plantio é próprio de climas temperados e sua produção concentra-se na Região Sul, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul. Geralmente, o cultivo é feito em rotação com o cultivo de soja, em médias e grandes propriedades. Apesar disso, o Brasil importa mais da metade do trigo consumido no mercado interno. A soja, utilizada principalmente na produção de óleo comestível e na alimentação do gado, é cultivada em Mato Grosso, Paraná (principais produtores), Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Os Estados Unidos é o maior produtor de carne bovina, ficando na segunda colocação a produção de carne brasileira. De acordo com os dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a alimentação e agricultura), em termos de quantidade de cabeças, o Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo (atrás somente da Índia) e o Terceiro maior de suínos e frangos (depois da China e dos EUA). A pecuária tem utilizado novas tecnologias, que permitem baratear o custo de produção. Tais tecnologias envolvem melhoramento genético, inseminação artificial, vacinas e controle de zoonoses.

Atualmente, as zonas pastoris mais importantes estão no Centro-Sul, onde predominam o gado leiteiro e os métodos científicos de criação. Na região do Pantanal, predomina a criação do gado zebu para corte. Os suínos são criados em todo o país, mas destaca-se a produção nos estados do Sul e dos Estados de Minas Gerais, Bahia e São Paulo, Maranhão e Goiás. Os ovinos são criados em quase todo o oeste do Rio Grande do Sul, na região de Alegrete, Dom Pedrito e Uruguaiana. Os caprinos predominam no Nordeste que detém 91,2% desse rebanho do país. Os maiores criadores de galináceos e ovos são os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O Ministério da Agricultura e do Abastecimento tem planos de tornar o Brasil o maior exportador de carne bovina do mundo. No entanto, terá de vencer o maior obstáculo a esse plano, que é a febre aftosa, doença altamente contagiosa, causada por vírus. Para erradicá-la, está investindo cerca de 30 milhões de reais em programas de controle dessa enfermidade.



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