Filosofia –
Texto 13 – Lógica, Argumentação e Falácia.
Você já deve
ter dito ou escutado frases como estas: “É lógico!”, “Isso não tem lógica!”, ou
“Que absurdo!”. Elas indicam uma oposição entre o que nos parece razoável e o
seu contrário, ou seja, entre o que consideramos correto ou incorreto. Mas,
será que existem regras a serem seguidas no ato de pensar? Será que existe um
modo de evitar erros quando pensamos e expressamos nossos pensamentos? Podemos
afastar completamente as ideias e as conclusões absurdas?
Foi
justamente a busca dessa possibilidade que deu origem à lógica como um método
para raciocinar corretamente e, portanto, um instrumento para a filosofia e as
ciências. Aristóteles organizou esse método na forma de um conjunto de regras
para guiarem o raciocínio.
Levando em
consideração a filosofia pré-socrática, mais precisamente o embate entre
Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia, Aristóteles buscou na ontologia
(metafísica) as bases para os princípios fundamentais que orientariam as regras
lógicas usadas para o raciocínio.
Princípios
Fundamentais:
Ao organizar
a lógica (que primeiramente se chamava analítica), Aristóteles estabeleceu três
princípios da realidade que deveriam ser observados também nos raciocínios. Por
esse duplo aspecto, eles são conhecidos como Princípios lógico-ontológicos, sendo fundamentais para a Metafísica
e também para a lógica de origem aristotélica. São eles:
Princípio de Identidade: Cada coisa
possui uma essência própria, um modo de ser que permanece idêntico e pelo qual
ela pode ser percebida, pensada, definida.
Princípio de não contradição: Uma coisa
não pode, ao mesmo tempo, existir ou ser pensada como o que é e como o
contrário de si mesma.
Princípio do terceiro excluído: Uma
coisa será isso ou o contrário disso, não havendo uma terceira possibilidade.
Argumentação:
Recebe o nome
de argumentação todo o procedimento que se destina a defender a verdade de uma
afirmação, utilizando-se de motivos, indícios, evidencias e raciocínios. Ao
argumentar, uma pessoa pode ter dois objetivos distintos que, por sua vez,
serão alcançados por diferentes caminhos. O primeiro é obter a persuasão, ou
seja, levar o interlocutor a uma crença subjetiva, pessoal, em uma dada
afirmação. Muitas vezes, isso se realiza por meio da manipulação de emoções e
de outras crenças também pessoais. O segundo é obter a convicção, ou seja,
despertar a crença objetiva, universal, na verdade de uma afirmação. Nesse
caso, utiliza-se a demonstração, ou seja, a prova dessa verdade, pelo
encadeamento da afirmação com outras, reconhecidamente verdadeiras.
Argumentos: são uma série concatenada
de afirmações com o fim de estabelecer uma proposição definida.
Existem dois
tipos de argumentos: Dedutivos e Indutivos.
Argumentos Dedutivos: Esses são
geralmente vistos como os mais precisos e persuasivos, provando categoricamente
suas conclusões. Possuem três estágios: premissas, inferência e Conclusão. O
argumento dedutivo parte de uma verdade universal e chega a uma verdade
singular. Ex. O silogismo.
Ex. Todo o homem
é mortal Þ
Primeira premissa – Universal
Sócrates é homem. Þ Segunda premissa
– Particular
Logo, Sócrates é mortal Þ Conclusão.
Outro
exemplo:
Só há fogo se
houver oxigênio.
Na lua não há
oxigênio.
Logo, na lua
não pode haver fogo.
Argumentos Indutivos: É uma forma de
raciocínio que geralmente parte de enunciados singulares e infere-se um
enunciado universal. O contrário do
dedutivo, portanto.
Exemplo:
Miguel e Rafaela são bons em matemática e jogam xadrez;
Rodrigo joga xadrez;
Então, Rodrigo é bom em
matemática.
Outro
exemplo:
Os alunos do primeiro ano Lucas, Carla, Lauro
e Letícia, são péssimos alunos de português. Logo todo o primeiro ano é péssimo
em português.
A indução
infere-se de casos particulares uma generalização.
Falácia: É um argumento logicamente
inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar
eficazmente o que se alega. Em outras palavras, é um discurso sem a
fundamentação lógica.
Fonte Consultada: Editora Positivo.
Filosofia.
Dicas de Leitura:
- Sabedoria das Palavras – Humberto Rodhen
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