Filosofia – Texto 16 – Teoria do
conhecimento
O que se
entende afinal por conhecimento? Em que consiste a teoria do conhecimento?
Iniciaremos esclarecendo a segunda pergunta. A teoria do conhecimento pode ser
entendida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro,
em outras palavras, a Teoria do Conhecimento é uma reflexão filosófica com o
objetivo de investigar as origens, as possibilidades, os fundamentos, a
extensão e o valor do conhecimento.
Embora o
problema do conhecimento tenha preocupado filósofos desde a antiguidade,
somente a partir da idade moderna a teoria do conhecimento passou a ser tratada
como uma das disciplinas centrais da filosofia.
Voltamos à
primeira pergunta. O que se entende por conhecimento? De uma maneira geral
“conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente” (Richard Rorty
– A filosofia é o espelho da natureza).
A representação, por sua vez, é o processo
pelo qual a mente torna presente diante de si a imagem, a ideia ou o conceito
de algum objeto. Portanto, para que exista conhecimento, sempre será necessário
a relação entre dois elementos básicos: Um sujeito que conhecedor (nossa
consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os
inúmeros fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir apreender o
objeto, isto é, conseguir representá-lo mentalmente.
Dependendo da
corrente filosófica, será dada, no processo do conhecimento, maior ou menor
importância ao sujeito (é o caso do idealismo) ou ao objeto (é o caso do
materialismo, ou realismo).
Para o
realismo (materialismo ou empirismo), as percepções que temos dos objetos
correspondem de fato às características presentes nesses objetos, na realidade.
Os objetos é que determinam o conhecimento.
O realismo
mais ingênuo acredita que o conhecimento ocorre por uma apreensão imediata das
características do objeto, isto é, o objeto se mostra como realmente é ao
sujeito que percebe, determinando o conhecimento que então se estabelece. Há
outras formas de realismo, no entanto, que problematizam a relação
sujeito-objeto, mas mesmo assim elas têm em comum a ideia de que o objeto é
determinante no processo do conhecimento.
Já segundo o
idealismo (racionalismo), o sujeito é que predomina em relação ao objeto, isto
é, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias, pela nossa
consciência. Assim, os objetos seriam “construídos”
de acordo com a capacidade de percepção do sujeito. Conseqüentemente, o que
existiria como realidade é a representação que o sujeito faz do objeto.
Também no
idealismo há posições mais ou menos radicais em relação à afirmação do sujeito
como elemento determinante na relação de conhecimento.
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