domingo, 17 de fevereiro de 2013


 

A Rússia Revolucionária e o Triunfo do Comunismo.

Prof. Maicon Martta

 

A Rússia, hoje um dos países emergentes em destaque, já representou e ainda representa, um importante expoente histórico. Pode-se dizer que, na prática, as idéias socialistas marxistas nasceram na Rússia. Se Marx é considerado o pai do socialismo, certamente a Rússia é sua pátria-mãe. Os envolvimentos desse país nos eventos anteriores a Primeira grande Guerra e posteriores a ela poderiam, se não fossem os detalhes políticos, ter feito da Rússia, talvez a maior potência mundial, ou pelo menos, o mais igualitários das potências mundiais.

A sua economia planificada fez com que se tornasse potência mundial. Isolada pelos países da Europa Ocidental foi, aos poucos, ampliando a sua área e influência no Leste europeus e constituiu-se na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, fato que contribuiu para aumentar o clima de instabilidade, pois a possibilidade de expansão do socialismo passou a ser analisada como uma ameaça ao mundo capitalista ocidental.

Mas esse fortalecimento se deu por muito custo e pequenas revoluções. Para compreender todo esse processo, faremos uma retrospectiva, em linhas gerais, da história da Rússia e como ela ascendeu ao socialismo, inspirando outros países a fazer o mesmo. Nessa primeira parte, analisaremos os eventos até a morte de Stalin em 1953. Para tal objetivo, utilizaremos como guia o Manual Compacto de História do ensino fundamental da Editroa Rideel, um ótimo material de apoio para estudantes, professores e mesmo pesquisadores.

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O Império Russo era governado, desde 1894, por Nicolau II. Seu governo, como os de seus antecessores, era uma autocracia (um governo com poderes ilimitados e absolutista), cuja principal preocupação era reprimir o descontentamento popular. País mais extenso no mundo e mais populoso na Europa, tinha uma economia predominantemente rural e semifeudal. Os camponeses, que constituíam a maioria da população (80% do total), viviam na miséria, explorado pela nobreza e pela Igreja Ortodoxa Russa, proprietários das melhores e maiores extensões de terra.

Foi nas últimas décadas do Séc. XIX, que a Rússia conheceu um processo de industrialização, em decorrência de investimentos externos, abundancia de matéria prima e fontes energéticas. No entanto, essa industrialização se concentrava em poucas cidades (São Petersburgo e Moscou). Nessas cidades, a saber, as maiores, o proletariado era unido e consciente de sua exploração. Muitas idéias socialistas de Karl Marx, já eram debatidas e influenciaram os operários de lá.

O Partido Operário Social Democrata, que se declarava defensor dos direitos dos operários, teve uma cisão interna em 1903: de um lado, os Bolcheviques (a maioria), partidários de uma revolução liderada pelos trabalhadores; do outro, os Mencheviques (a minoria), favoráveis a reformas moderadas.

Em Janeiro de 1905, como consequência das derrotas da Rússia na guerra contra o Japão, houve uma manifestação pacífica em São Petersburgo, a capital. Os manifestantes, compostos por toda sorte de gente (crianças, idosos e mulheres), solicitaram “paz e pão”, mas foram duramente reprimidos pelos cossacos (soldados de elite do Czar), no que depois foi chamado de “domingo sangrento”. Mais de duas mil pessoas foram massacradas, o que originou um sentimento de revolta e uma onda de protestos, greves e revoltas.

Os protestos se alastraram até o ano de 1917, ano em que se intensificaram. Em março desse ano ocorreu uma sublevação geral que causou a abdicação do Czar Nicolau II. Assim, caía a monarquia secular Czarista, enquanto um governo provisório republicano assumia o poder, formado por liberais e Mencheviques.

Com a queda do Czarismo, os líderes socialistas, que estavam exilados, voltaram à Rússia, ente eles Lênin e Trotski. Lênin era o mais importante líder dos bolcheviques e pretendia impor o comunismo na Rússia. Segundo a teoria marxista, o socialismo é uma etapa de transição do capitalismo para o comunismo.

Em julho de 1917, com o país no caos, o chefe menchevique, Kernsky, impôs a ditadura. Esses eventos fizeram com que a Rússia se retirasse da Primeira Grande guerra, o que foi decisivo para a vitória da Tríplice Entende, pois nesse ano os Estados Unidos entraram ativamente na guerra.

Em outubro Trotski organiza a milícia revolucionária bolchevique, conhecida como “guarda vermelha”. No dia 26 desse mês, Lênin era aclamado chefe do governo, com tendência socialista.

Triunfo do Comunismo:  

Nos primeiros dias de governo, Lênin baixou diversos decretos importantes com o objetivo de impor o comunismo como:

a)                           O confisco das terras da nobreza e da igreja russa e sua distribuição entre os camponeses;

b)                           A estatificação dos bancos, das estradas de ferro, dos meios de comunicação e das indústrias, que passaram a ser administradas pelos próprios funcionários e operários, mas fiscalizados pelos comissários do povo.

Em 1918, o governo bolchevique assinou um acordo de paz em separado com a Alemanha. A Rússia perdia parte do seu território, dando origem a países independentes (Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Finlândia e Polônia).

Nesse mesmo ano, foi promulgada a primeira constituição da Rússia. Surgia um Estado, a República Soviética Socialista Russa, governada por um só partido, o comunista. Moscou se torna a capital.

Em 1922, a Rússia unida a Ucrânia, Bielo Rússia, Geórgia, Alzerbajão e Armênia, passaram a se denominar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

 

Joseph Stalin:

Com a morte de Lênin em 1924, ocorreu uma violenta luta pelo poder entre Trotski e Stalin, Secretário geral do Partido Comunista. Venceu esse último, três anos depois, com o apio da maioria do partido. Trotski expulso do partido, foi banido para a Sibéria. Posteriormente exilou-se no exterior. Foi assassinado por um agente secreto a mando de Stálin, em 1940, no México.

Para consolidar o comunismo na URSS, e depois levá-lo a outros países, Stalin Aboliu o NEP (Nova política econômica) desenvolvida por Lênin, coletivou as terras – com o sacrifício de milhões de camponeses. Deu ênfase às indústrias pesadas (mecânica, química e energética). Foram criadas fazendas do Estado (Sovkhoze, sendo o camponês assalariado do governo) e cooperativas agrícolas (Kolkhoze, nas quais as famílias recebiam terra para cultivar e vender a produção para a cooperativa).

Sob ameaça, todas as metas foram alcançadas. A constituição de 1924 estabeleceu dois órgão fundamentais: O Soviete Supremo, com função legislativa, e o Presidium, dirigido por um presidente – em teoria, o chefe do estado. Mas o verdadeiro poder se concentrava nas mãos do secretário geral do PC, cargo de Stálin até sua morte em 1953.

Na prática, não existia um Estado Federal, nem liberdade de pensamento, nem oposição ao sistema. Uma intensa propaganda dirigida pelo governo valorizava o coletivismo criticando o individualismo, estimulava-se a produtividade. No meio desse turbilhão todo, havia muitos expurgos, prisões arbitrárias, campos de concentração na Sibéria e fuzilamentos.

 

Bibliografia consultada.

 

Sistema Positivo

Manuel compacto de história – Editora Riddel.

A Era dos Extremos – Eric Hobsbawm.

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